Em 19 de Janeiro último, os trabalhadores foram surpreendidos pela Gestão com o anúncio da intenção de criar um denominado Conselho Consultivo para o Desenvolvimento das Relações Laborais.

A expectativa instalou-se, atendendo a que a Lei, no que concerne ao assunto Relações Laborais, define claramente a representação e os intervenientes, não constando nesse universo qualquer conceito de “Conselho”. O que viria aí?

Esclarecia-se, também, que se trataria o assunto “…Em estreito entendimento com os representantes sindicais…”. O silêncio imperou até há dias. Muito tempo, mau presságio.

Nesse ínterim, apenas a informação de que seria composto por uma personalidade notável exterior ao quadro de pessoal da PT, dois representantes nomeados pela Gestão e dois representantes dos trabalhadores (um indicado pela CT e outro pelos sindicatos).

No dia 29 de Março ficámos a conhecer a composição desse Organismo e não há desilusão porque nunca nos iludimos!

Um ex-ministro PPD/PSD, um ex-Sec.Geral da UGT dirigente e ex-deputado do PS, a responsável pela fraudulenta e ilegal Transmissão de Estabelecimento! Belas e sólidas cartas de recomendação! Políticos da área do poder ad eternam!

E assessores transformados em Conselheiros!

É nosso entendimento que a Empresa empossou com competências que desconhecemos, um conjunto de personalidades, transformando assessores em conselheiros. Desde elementos da DRH, até juristas que já lideravam processos melindrosos, espantoso, inclusive a origem da litigância e dos conflitos mais violentos vividos e a viver na PT: a transmissão de estabelecimento!

Vai conciliar, desenvolvendo as Relações Laborais, quem originou a discórdia!

Garantia de isenção, nomeando juízes em causa própria? E trabalhadores? Nada!

O grupo é homogéneo! Não suscitando qualquer dúvida! Um dos lados da mesa está representado por unanimidade. Num Órgão que se anuncia como promotor do diálogo social e da conciliação, procure-se onde estão os representantes do lado oposto? Conciliar o quê? Diálogo entre quem? Pretender fomentar a paz social e o diálogo é incompatível com a marginalização e exclusão duma das partes! Este é um Órgão de monólogo. Independência e imparcialidade dos pareceres e conselhos? Não havia necessidade!